terça-feira, 6 de maio de 2014

Fórum Brasileiro de Finanças Sociais e Negócios de Impacto - Investirpara transformar


Fiquei encantada com o evento, fazia muito tempo em que não participava de um evento tão bem organizado, com ótimo material e pessoas realmente interessadas nas discussões, seguem abaixo as minhas anotações que gostaria de compartilhar com vocês:

Boas Vindas dos realizadores

Antônio Erminio de Moraes Neto - Vox Capital
Precisamos de um bom espelho para ser referência e mostrar que é possível, que já está acontecendo essa mudança.

Maure Pessanha - Artemisia Brasil
Mudança nos interesses dos empreendedores para negócios de impacto, principalmente saúde, habitação e educação, pois está entendido por essas pessoas que não podemos esperar tudo do governo.
Ainda é um campo em construção, um desafio para os empreendedores, os empresários e também para as universidades que já começaram a trabalhar esses temas em suas disciplinas. São 90 palestrantes sendo 25 internacionais para ajudar nos debates sobre esse tema tão inovador.

Renata de Camargo Nascimento - ICE Brasil
O evento foi cocriado pelo ICE Brasil, junto com dois grandes parceiros a Artemisia e a Vox Capital.
Fórum inovador no Brasil, mas que já acontece na Inglaterra, Canadá e EUA, por exemplo.
O ICE foi criado há 15 anos atrás por empresários que pensavam que seria necessários ir além para transformar o nosso entorno, o nosso país.




Ecossistema de finanças sociais e negócios de impacto: perspectivas nacionais e internacionais

Eliza Erikson - Diretora de Empreendedorismo da Omidyar Network, EUA

Eliza foi a primeira a falar e iniciou falando sobre a importância do movimento que vem sendo discutido no Brasil e América Latina sobre o desenvolvimento de negócios de impacto social. Não podemos deixar de debater essa mudança de paradigmas que devem passar por todos os negócios do país.
O empreendedor que resolver montar um negócio de impacto já estará iniciando com milhões de clientes no mundo.
Mistura de filantropia e negócios para gerar impacto pode ser uma solução.

Susana Garcia Robles - Diretora da Fumin/BID, EUA
A Fumin/BID é um dos principais apoiadores dos Ventures no Brasil.
A Susana se mostrou bem feliz pelo evento, pois estamos falando de um Brasil novo, pois negócios de impactos há alguns anos atrás nem era ouvido, mas hoje estamos aqui com esse auditório cheio.
Temos que falar dos casos de sucesso, mostrar os negócios de impacto que estão fazendo a diferença para incentivar outras pessoas.
A indústria na América Latina ainda é um risco, e isso ainda não é atraente para os investidores. Hoje em dia, os riscos estão diminuindo e no Brasil tem setores como agronegócio, por exemplo, que pode ser levado para a América Latina toda.
Não queremos só dinheiro ou impactos sociais, queremos os dois, e aí está o grande desafio de trocar o “ou” para o “e”! Queremos dinheiro e impacto social.
O empreendedor da América Latina ainda precisa entender como trabalhar com o investidor, pois o investidor quer estar junto do negócio. Outro desafio é que os setores mais necessitados são normalmente os subsidiados no Brasil, e isso já é um super desafio para quem quiser empreender nessa área.
O negócio precisa ser escalável, não adianta pensar em um negócio só para o entorno.

Viviane Naigeborin - Assessora estratégica da Potencia Ventures, Brasil
Negócios de Impacto são os negócios que servem uma parcela da nossa população que não possuem os serviços básicos.  Como exemplo mostrou os seguintes dados:
1) Jovens de 4 a 17 anos estão fora das escolas, 13 milhões de analfabetos funcionais;
2) Na área da saúde 70% da população tem apenas o SUS como suporte para a saúde.
Estamos falando de produtos essenciais para o desenvolvimento das pessoas, do país.
As universidades estão trazendo o tema para a sala de aula, o Sebrae hoje tem uma área só pensando em negócios sociais, isso mostra como o campo está crescendo.
Os modelos de negócios podem dar escalabilidade para muitos projetos sociais que poderão ser replicados.
Hoje no Brasil não tem como falar em negócios sociais sem esbarrar nos setores públicos, e o grande desafio é trabalhar isso em conjunto. A dica para quem quer fazer um negócio de impacto é conhecer bem os problemas da base da pirâmide e todas as politicas públicas já existentes na área de interesse.
Como mensurar os impactos desses negócios ainda não existem respostas prontas, pois é muito difícil medir esse impacto.
Metricas globais seriam uma boa vantagem, mas o desafio é que cada contexto tem um impacto diferente, o que é impacto no Oriente Médio pode não ser impacto no Brasil. Essa discussão é bem longa.
A dica é usar indicadores governamentais para fazer comparações globais.

O moderador dessa mesa foi o Daniel Izzo da Vox Capital, deixou para o público que acredita muito no tema e no desenvolvimento do país por meio de negócios de impacto.
Vivemos com as desigualdades no Brasil batendo a nossa porta e esse cenário é muito fértil para novos negócios. Para se ter uma ideia ele trouxe o dado de que as 300 (trezentas) pessoas mais ricas do mundo tem mais dinheiro do que 3 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza!

Negócio de impacto social na área de educação

Claudio Sassaki - Geekie, Brasil

Ele iniciou sua apresentação colocando que o método de ensino não mudou, mas as pessoas mudaram. Depois de alguns anos no mercado financeiro ele resolveu fazer algo com sentido para a vida dele.
A Geekie personaliza o itinerário formativo da pessoa para que ela possa atingir seus objetivos.
Pela ferramenta conseguem identificar os gaps que existem na formação dessa pessoa para que ela aprenda tudo que precisa.
Os alunos, pais, professores e diretores das escolas acessam a plataforma e juntos monitoram esse estudo.
Modelo B2B direto para escolas, hoje a Geekie tem menos de 3 anos com 400 clientes, como escolas, faculdades e alguns clientes corporativos.
A cada cliente que fecha o contrato com eles, é ofertado de graça a mesma plataforma para uma escola pública que não teria condições de comprar.
Projeto Geekie Games 2013 – assista o vídeo e logo abaixo veja os resultados!



Os resultados foram em 2 meses, 2 milhões de inscritos, 11 secretarias de educação, mais de 100 aparições na mídia, 78% eram alunos de escolas públicas, 63% entre 16 e 20 anos, mais de 17 mil escolas participantes que isso representa 53% das escolas do país, 39 milhões de exercícios feitos, média de 2h24min de estudo por aluno, aproximadamente 70% dos pontos fracos foram superados.
A Geekie foi acelerada pela Artemisia e Endeavor, proposta de mudar a educação do país.


O desenvolvimento do ecossistema de finanças sociais no mundo: do conceito à experiência prática

Participantes da mesa: Hans H. Wahl – INSEAD/França, Michele Giddens - Bridges Ventures/Reino Unido e o moderador dessa mesa foi o Filipe Santos da INSEAD, França


O Reino Unido é o país que mais desenvolveu seu setor de negócios sociais.
Estamos caminhando para criar um novo setor, temos os convencionais que não estão dando conta das áreas que deveriam ser do governo. Essa é a área de inovação/negócios sociais, grande desafios, mas espaço para crescimento de novos negócios.
Em alguns negócios o impacto pode sim ser criado, mas é difícil monetizar esse negócio.
Perfis
    1)   aqueles que dão prioridade ao lucro
    2)   aqueles que querem só o impacto
    3)   aqueles que querem trabalhar os dois, pois estão totalmente relacionados

Desafios
  1)   foco nas soluções inovadoras e com impacto (não nos indivíduos nem nas organizações)
 2)   desenvolver um sistema de contabilidade de impacto
  3)   Desenvolver o ecossistema – criar esse novo setor

Painel: Lucro e Impacto social – como equilibrar a equação?

Participantes da mesa: Daniel Izzo – Vox Capital, Leandro Lima de Carvalho – ToLife, Rogério Oliveira – Yunus Negócios Sociais e Maria Cavalcanti – First Brazil Impact Investing Fund.

A ToLife é uma empresa de tecnologia para a área de saúde, empresa de solução para urgência/emergência. Hoje em dia, a ToLife impacta 200 mil pessoas/dia e 90% da carteira de clientes é do setor público.
Rogério Oliveira, se posicionou colocando que o Yunus pode ter todos os seus direitos em não concordar que as empresas tenham lucros, mas ele acredita nesse equilíbrio entre gerar impacto e lucro.
Como mediadora a mesa teve a Ana Luiza Herzog, da Exame.

Painel: Fontes de financiamento e recursos para startups

Participantes da mesa: Alejandro Preusche – Alamado, Carlos Pessoa – Wayra, Cassio Spina – Anjos do Brasil e Guilherme Santa Rosa – Fábrica de Aplicativos

Essa mesa contou com a moderação do Marcelo Nakagawa.




A grande discussão dessa mesa foi de onde vem os recusos para os negócios iniciarem ou escalarem suas operações? Outro questionamento foi por que estão investindo em negócios de impacto ao invés de investimentos tradicionais?
Grandes problemas se tem uma grande oportunidade e os negócios de impactos sociais são campos novos, mas bem interessante. A grande dificuldade está em ter boas pessoas da área social trabalhando bem negócios ou alguém de negócios que entenda a área social.
A Wayra investiu apenas em 2 projetos de negócios sociais dos 30 que já passaram pela aceleradora, mas que não deram o retorno esperado.
O Cassio colocou que a proposta da Anjos do Brasil são negócios que tragam inovação. Não é puramente ganhar dinheiro, mas tem o objetivo de construir negócios com algo a mais. As pessoas confundem o investimento anjo com patrocínio ou doações, principalmente que está montando uma proposta de negócios sociais.
No inicio a Fábrica de Aplicativos produzia 2 app’s por dia, hoje estamos falando de mais de 500 app’s por dia. Iniciou com fundo perdido vindo da FINEP, por exemplo.
O Marcelo Nakagawa aproveitou para falar que eu estava na plateia e que o Senac SP é uma das instituições educacionais que fomenta muito empreendedorismo em suas atividades.
Melhor do que correr atrás do investidor é fazer um bom negócio para os investidores correrem atrás de você, dica do Cassio Spina para encerrar o painel!

Para acessar o site do Fórum, clique aqui!

Espero que tenham gostado, amanhã postarei mais!

Beijos =)


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